segunda-feira, 27 de junho de 2011

Não sei se isso é amor

Estava conversando com uma amiga e ela me perguntou o que era amor. Tal pergunta me fez lembrar de uma historinha de Charlie Brown:

Então Charlie Brown, o que é amor pra você?
-Em 1987 meu pai tinha um carro azul
-Mas o que isso tem a ver com amor?
-Bom, acontece que todos os dias ele dava carona pra uma moça. Ele saía do carro, abria a porta pra ela, quando ela entrava ele fechava a porta, dava a volta pelo carro e quando ele ia abrir a porta pra entrar, ela apertava a tranca. Ela ficava fazendo caretas e os dois morriam de rir… acho que isso é amor.

Então. O que é amor?

A verdade é que sou meio inexpressiva em relação a algumas coisas, pouquíssimas, diga-se de passagem. Mas, quando trata-se de sentimentos, meu bem, definitivamente é o contrário. Sou do tipo que conquista e gosta de ser conquistada a moda antiga. Do tempo que papel e caneta ainda eram bons materiais para se escrever uma carta. Do tempo que se fazia serenata na varanda... Ou, se não tivesse varanda, o fazia do mesmo jeito. E já estamos no século XXI, vamos usar e abusar da tal época com seus confortos e modernidade e inovar com serenatas por telefone.
Sou do tipo que gosto e faço declarações e loucuras públicas. Que escrevo cartinha. Que canto por telefone. Que demonstro o que sinto. Que externo meus pensamentos. Românticos ou não. Carinhosos ou não.
E por falar em externar, vou tentar externar aqui o que sinto há alguns dias. Há 80 dias ou 11 semanas e meia ou há 1920 horas. Em relação a alguém que me conquistou. Então, devo dizer que é totalmente deliciosa a ideia de acordar e saber que tem alguém que gosta de mim. Que mesmo que as vezes esse sentimento seja demonstrado de uma forma bruta (rs), mas não deixa de ser 'gostar'. Que como disse Shakespeare, em O Menestrel: “não é porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso...”

E é maravilhosamente saboroso ter alguém que me faz bem. Que cuida de mim. Que segura minhas mãos quando eu sinto que posso cair. É incrível saber e sentir-me querida, desejada e, de alguma forma, protegida... É tão estonteante a forma como me incentiva, como me ajuda... Como acredita em mim. E saber que todo esse elo que estar se concretizando, saber que essa história que estar se findando, trata-se de uma relação não somente carnal, mas além da pele. Trata-se de companheirismo, de amizade, de divisão de conquistas e momentos. Trata-se de dois corpos que caminham numa mesma direção, a procura de se tornar somente uma alma. Trata-se do querer bem. Do gostar. Do querer sempre mais esse bem estar.

Então... Será que isso é amor?

Eu não sei se é amor. Será talvez começo...
Eu não sei que mudança a minha alma presente...*

Em resumo, a conversa com minha amiga só me alertou o juízo de que eu, de fato, quero construir uma história. E aproveitando para fazer uma declaração online, termino dizendo: quero que dê certo. Quero poder lembrar como fora o início. O caminhar e sorrir por completo. Quero poder dizer sem receio “eu tive um romance sincero. Feliz. Alegre. Com cumplicidade. Companheirismo... e algumas briguinhas. Mas nada que não se tenha remédio. E se não tiver remédio. Eu inveto. Eu crio. Recrio. Organizo. Pesquiso. Eu vou atrás. Mas não te deixo escapar por meus dedos sem fazer nada para que isso não aconteça...”
Isso é amor?
Amor não sei se o é, mas sei que te estremeço...*


* Trechos do Poema Não sei se isso é amor - Camilo Pessanha